A impermanência das coisas歌词由PLAY FALSE&Catarina Cmara&Gongori演唱,出自专辑《O Silêncio de Saramago》,下面是《A impermanência das coisas》完整版歌词!
A impermanência das coisas歌词完整版
Ei, peixe? Psiu, pssss...
Ei, peixe? Onde estás? Peixe? Peixe?
O menino volta ao rio, mas o peixe já não está lá.
Já não está?
Já não é?
Já não volta a ser?
Escutam o riso da serpente?
A vida não é uma teia mas um rio, um serpentear.
Nada fica, nada permanece. Tudo se transforma.
Como assim? Nada fica, nada permanece, tudo se transforma?
A minha teia prende todas as coisas.
Nada se move porque tudo o que existe vai existir ou já existiu.
Eu prendi tudo e fiz com que tudo esteja ligado para que nada se perca.
Eu ofereci a rede ao pescador.
Eu prendi os namorados, prendi os pais aos filhos, os filhos aos pais, os cães aos humanos, eu prendi o perfume à flor, a causa ao efeito, prendi o mar ao marinheiro e a água à sede, eu prendi a dúvida à certeza e a noite ao medo.
É verdade, eu ofereci a prisão, mas eu também ofereci o amor.
E já passaram tantas prisões pela minha teia, mas uma mosca, uma mosquinha com duas antenas, duas asinhas e seis patinhas...
O menino está muito triste à beira-rio.
Se o meu peixe não volta para mim, então eu também não volto para casa!
Pensa bem, olha que vão ficar todos muito preocupados. Ainda pensam que tu morreste …
Cara aranha, quem sai, regressa sempre.
Mesmo aqueles que morrem antes de regressar, voltam a casa.
Não se morre, entra-se para dentro dos corações e continua-se a circular, a circular, como sangue.
Mas o menino não quer ver, nem quer ouvir.
Basta! Não volto para casa. Vou para a montanha e nada nem ninguém me pode impedir. Muito menos uma aranha ou uma serpente!