Crias e Progenitores歌词由Jau Mur演唱,出自专辑《Crias e Progenitores》,下面是《Crias e Progenitores》完整版歌词!
Crias e Progenitores歌词完整版
Uma casa bem mundana numa rua bem banal
O cheiro a terra adubada, a roupa a secar no estendal
Um sotaque que me soa bem demais para não o acolher
A mãe de volta de um almoço com zelo ambiental
O pai a gabar-se que dá melhor uso ao avental
Os irmãos fintando a missa de domingo “p’ra vigiar o comer”
A avó cantando o salmo enquanto pedala a coser
O avô tão ocupado a lembrar o que ia fazer
O cão e o gato traficando cadáveres dos que vivem no quintal
E entre a saudade de um abraço e de ver do que enchem o prato
Vem também aquela dúvida de ver quanto isto dura,
Quanto falta pra quando já em casa só de lá querer sair
E ainda nem estou lá dentro
E já nem o ladrar do cão se faz ouvir entre nós
Onde está o bom senso de que tanto gosto de me gabar?
Pois, serenidade é coisa que por estas bandas começa a ebulir
Desta nostalgia não me dá jeito lembrar
É nestes momentos que a ficha me cai:
Em casa de progenitor a paciência fica a porta
A marinar se deixa a lógica e o discernimento
Tudo sempre vai parar ao “ai se fosse no meu tempo!”
E eu, o nobre advogado do diabo, a remar contra a corrente
Esquece a mãe que a cria é homem e o homem que a mãe é gente
Esquece o pai que a mãe mandou comprar papel no Continente
Esqueço eu quem disse o quê e o que ia eu fazer neste momento
Argumentar em casa cheia mostra-se um ato falhado
É tentar jogar xadrez em terreno quatro por quatro
Onde tudo quer ser Rei e não há espaço para ninguém se mover
Por cá se trocam sinfonias marcadas por semifusas
Onde todos mais se apressam p’ra segurar a batuta
De que serve ser maestro quando a orquestra toca tão fora do tempo?
E ainda nem estou lá dentro
E já nem o ladrar do cão se faz ouvir entre nós
Onde está o bom senso de que tanto gosto de me gabar?
Pois, serenidade é coisa que por estas bandas começa a ebulir
Desta nostalgia não me dá jeito lembrar
É nestes momentos que a ficha me cai:
Em casa de progenitor a paciência fica a porta a marinar
- Alguém que venha aqui dar uma mão!
- Espera aí
- Não
- Porque é que tenho de ser sempre eu?
- Quem é que deixou isto aqui espalhado?
- Papapa, pararapapa
- Vocês estão a ouvir?!
- Parararapapa, pararapapa, parararapapa, parararapa, parara
E agora que cá fora
Já nem sei bem p’ra quê a pressa de sair
Contem-me as histórias que me cansa escutar
Aquelas que vos restam das que já venderam só p’ra eu estar aqui
Isto não é preço, é prenda que leva tempo a apreciar
Tal como as teclas do piano lá na sala dissonantes de ouvir,
Som que me bordou e que só lá consigo escutar,
É o agridoce do timbre da nossa voz que faz que custe a partir
Voz que tanto é brisa como também temporal
Mas se é tudo só drama e se não é mortal:
Entre cria e progenitor a ser-se presa e predador nem se está mal