Portugal Um Nerologismo (Explicit)歌词由Fátima Vale&Charles Sangnoir演唱,出自专辑《o.b.u.s. (Explicit)》,下面是《Portugal Um Nerologismo (Explicit)》完整版歌词!
Portugal Um Nerologismo (Explicit)歌词完整版
marulha-me a cabeça
uma seita de fantasmas penteia-me os cabelos
e o pior ainda o pior
são estes malditos fios que me levam
a abraçar tudo quanto existe
e emaranham-se na ignorância e na raiva
na perfídia do quotidiano
dai-me uma faca que os corte
aos fantasmas
secai-me as veias destes raios invasores
eu caí neste condomínio de braços descartados
num voo trocado
nas asas de um pássaro de prata
espírito santo do meu azar
livrem-me desta cabeça
deste nerologismo lusitano
desta metáfora política
desta simulação da co-existência
deste totalitarismo da fala
ala ala ala
em que china estou deus
esta língua subterrânea
este lugar onde se derramam
os suores repetidos da alvorada
escravidão imprecisa
ciclopes de unhas encardidas
dai-me senhor dos fios um raio de lucidez
que possa derramar pelos dedos escrevendo
a única forma que tenho de oxigenar o plasma
de limpar o chão desta casa corpo onde à força moro
máquinas
ponham-me uma roldana no peito
uma locomotiva veloz ao serviço das veias
e que as rasgue ao passar
que fiquem como folhas de aço ao desabrochar
da primavera
e eu me estique à janela do oxidente
e lamba o gelo do que vejo
até gota a gota se destilar no meu estômago
o desvario do homem
MORO NESTE NINHO DE POMBAS
contemporânea dos meus pés
já não alcanço um carvalho
tragam-me um funil de alumínio
um grito esculpido
um braço arrancado ao poder
eu subo ao cavalo
tu guardas a gasolina
que sobrou do domenico
despejo relâmpagos da minha garganta
a mais pequena semente
é ainda a árvore
QUERO SER A GUERREIRA QUE VOA PARA UM COMBATE
que sobe à pedra mais alta do olhar dos homens
e os perfura no seu desespero
que ventos soprais ao devir ó adormecidos ciprestes negros
se os vossos entes fossem fumo podê-los-íamos reconhecer pelas narinas
[berrou heráclito na minha lembrança
uma criatura provê-se do que é preciso para não se derramar
enquanto vive com os pés enfiados no deserto
de quantas realidades caimos abaixo
que doença nos separa cada vez mais
EU SOU UMA BOMBA EM ÊXTASE DIVINO
UMA REFUGIADA COM SANGUE DE DIAMANTE
em cima da uma égua sobre o vale do enna
rodeada pela doença da santidade e da amargura enxuta
dos mais belos tremendamente belos potros doidos
ONDE ESTAIS QUANDO SUBIS À VERDADE
ONDE ESTAIS QUANDO O SONHO VOS PENSA
o que agora vomito será por vós engolido
pois nem sempre o que dispo é de seda
um dia perguntarão aos vossos netos
o que fizestes pelo ambiente
pelos mares pelas montanhas
e um ancião dirá que davais as mãos e gritavais GOLO