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2025-01-20 19:13 | 星期一

Portugal Um Nerologismo (Explicit)歌词-Fátima Vale&Charles Sangnoir

Portugal Um Nerologismo (Explicit)歌词由Fátima Vale&Charles Sangnoir演唱,出自专辑《o.b.u.s. (Explicit)》,下面是《Portugal Um Nerologismo (Explicit)》完整版歌词!

Portugal  Um Nerologismo (Explicit)歌词

Portugal Um Nerologismo (Explicit)歌词完整版

marulha-me a cabeça

uma seita de fantasmas penteia-me os cabelos

e o pior ainda o pior

são estes malditos fios que me levam

a abraçar tudo quanto existe

e emaranham-se na ignorância e na raiva

na perfídia do quotidiano

dai-me uma faca que os corte

aos fantasmas

secai-me as veias destes raios invasores

eu caí neste condomínio de braços descartados

num voo trocado

nas asas de um pássaro de prata

espírito santo do meu azar

livrem-me desta cabeça

deste nerologismo lusitano

desta metáfora política

desta simulação da co-existência

deste totalitarismo da fala

ala ala ala

em que china estou deus

esta língua subterrânea

este lugar onde se derramam

os suores repetidos da alvorada

escravidão imprecisa

ciclopes de unhas encardidas

dai-me senhor dos fios um raio de lucidez

que possa derramar pelos dedos escrevendo

a única forma que tenho de oxigenar o plasma

de limpar o chão desta casa corpo onde à força moro

máquinas

ponham-me uma roldana no peito

uma locomotiva veloz ao serviço das veias

e que as rasgue ao passar

que fiquem como folhas de aço ao desabrochar

da primavera

e eu me estique à janela do oxidente

e lamba o gelo do que vejo

até gota a gota se destilar no meu estômago

o desvario do homem

MORO NESTE NINHO DE POMBAS

contemporânea dos meus pés

já não alcanço um carvalho

tragam-me um funil de alumínio

um grito esculpido

um braço arrancado ao poder

eu subo ao cavalo

tu guardas a gasolina

que sobrou do domenico

despejo relâmpagos da minha garganta

a mais pequena semente

é ainda a árvore

QUERO SER A GUERREIRA QUE VOA PARA UM COMBATE

que sobe à pedra mais alta do olhar dos homens

e os perfura no seu desespero

que ventos soprais ao devir ó adormecidos ciprestes negros

se os vossos entes fossem fumo podê-los-íamos reconhecer pelas narinas

[berrou heráclito na minha lembrança

uma criatura provê-se do que é preciso para não se derramar

enquanto vive com os pés enfiados no deserto

de quantas realidades caimos abaixo

que doença nos separa cada vez mais

EU SOU UMA BOMBA EM ÊXTASE DIVINO

UMA REFUGIADA COM SANGUE DE DIAMANTE

em cima da uma égua sobre o vale do enna

rodeada pela doença da santidade e da amargura enxuta

dos mais belos tremendamente belos potros doidos

ONDE ESTAIS QUANDO SUBIS À VERDADE

ONDE ESTAIS QUANDO O SONHO VOS PENSA

o que agora vomito será por vós engolido

pois nem sempre o que dispo é de seda

um dia perguntarão aos vossos netos

o que fizestes pelo ambiente

pelos mares pelas montanhas

e um ancião dirá que davais as mãos e gritavais GOLO

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